Documentários sobre o patrimônio imaterial brasileiro deverão estar prontos para exibição pela TV Brasil no início de 2013
Paulo Virgilio
Agência Brasil
Até janeiro de 2013 deverão estar finalizados os 15
documentários de média-metragem que tiveram sua produção aprovada no
Etnodoc 3, edital lançado em novembro do ano passado pelo Centro
Nacional de Folclore e Cultura Popular (CNFCP), órgão do Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Os filmes têm como
tema o patrimônio imaterial brasileiro e serão veiculados em março do
próximo ano pela TV Brasil, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Ao todo, foram inscritos 897 projetos na terceira edição do Etnodoc,
que tem patrocínio da Petrobras e apoio da Secretaria do Audiovisual do
Ministério da Cultura. Entre os 15 filmes em fase de produção há alguns
de cineastas de renome, como Silvio Tendler, que em Na Rota dos Sertões
mostrará o trajeto da antológica viagem do escritor Guimarães Rosa e de
um grupo de boiadeiros pelo sertão de Minas Gerais, em 1952.
De acordo com o coordenador do Etnodoc, Cristiano Mota, o processo
de seleção procurou contemplar todas as regiões do país, tanto em
relação à autoria como na temática. Desta forma, foram aprovados
projetos como Batuque Gaúcho, filme Sérgio Luiz Valentim Júnior
sobre o universo do batuque de Porto Alegre, mostrando que a capital
gaúcha tem mais de 3 mil terreiros de matriz africana. Cuaracyaangaba, de Lara de Campos Velho, aborda a astronomia dos índios guaranis e sua forma particular de interpretar os fenômenos celestes.
De Aline Espíndola, o filme Do Bugre ao Terena: A Dança da Ema na Urbe documenta a preservação, em aldeias urbanas de Campo Grande (MS), de uma dança tradicional da etnia Terena. Vaqueiros e Encantados, de Marcia Paraíso, apresenta o mundo dos vaqueiros da Ilha de Marajó, no Pará, sua religiosidade e o modo de lidar com o gado.
“O prêmio serve de estímulo aos que estão começando no cinema e
pretendem se dedicar ao documentário”, diz Cristiano Mota, ressaltando
que o nível dos projetos apresentados nesta edição foi muito alto, tanto
na parte técnica audiovisual como na pesquisa. “Há uma preocupação
muito grande em mostrar o que está em perigo ou o que tem pouca
visibilidade, para que estas questões sejam discutidas pela sociedade”,
ressaltou o coordenador do Etnodoc.
Nas duas edições anteriores do Etnodoc foram produzidos ao todo 31
filmes. No primeiro edital, a maioria dos projetos selecionados foi de
documentaristas conhecidos, como Evaldo Mocarzel, que dirigiu Quebradeiras,
filme sobre as quebradeiras de coco de babaçu ganhador do Festival de
Brasília de 2009. Já no segundo edital os projetos selecionados foram,
em sua maior parte, de novos autores.
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